O endividamento das famílias cresce e é de conhecimento de todos mediante a divulgação maciça dos noticiários nas últimas semanas. O que preocupa na verdade é a ausência de ações para socorrer essas famílias de tal situação. Não podemos também culpar somente o impulso do consumo incentivado pelo crédito fácil, pois esta vontade de consumir é inerente do ser humano, mas podemos culpar sim o incentivo ao consumo de forma nefasta às custas de um crescimento do país a qualquer preço, sem uma política de Educação Financeira simultânea.
O crédito fácil é uma característica dos países em desenvolvimento, assim como deveria ser a nossa maturidade em lidar com essa nova situação. Mas não é que o que estamos vendo. Atrelados a esse despreparo, omissão por parte do Governo e privilégio às empresas financeiras do país, foi constatado através de uma pesquisa feita pela ProTeste (Associação de defesa ao Consumidor) que o Brasil é o país com maior taxa de juros do cartão de crédito da América Latina. Vamos aos números:
InfoMoney - 17/07/2012
Então, em uma situação de dívidas e sendo vítima de uma ferramenta de crédito como essa, as famílias devem buscar sim a ajuda de profissionais em Educação Financeira com duas ambições simultâneas: a de obter conhecimentos financeiros e mudança de comportamento. O conhecimento financeiro por si só não é garantia de sucesso em sua administração familiar, mas, o conhecimento financeiro juntamente com a mudança de comportamento são capazes sim de motivar e mobilizar a todos os envolvidos a alcançarem os objetivos propostos. Já inserido no processo de endividamento, como lidar com as dívidas? A - saiba que estando em uma situação delicada e com dívidas, você não sairá desta situação num piscar de olhos. B - o planejamento financeiro feito com dedicação e paciência para executá-lo, lhe trará possibilidades de contornar e reverter essa situação. C - não tente achar um culpado para esta situação, envolva e converse com os familiares para traçar metas, objetivos, estratégias e vantagens ao alcançar os resultados. D - identifique os maus hábitos de consumo que são recorrentes e achamos que são normais. Exemplo: evite fazer um passeio, ir ao supermercado, padaria com sede e fome. Isso evitará gastos desnecessários em momentos difíceis. E - respeite o seu orçamento, faça sempre a pergunta usando os verbos "TER" e"DEVER" quando estiverem sob o efeito do impulso para o consumo. TER - eu tenho que comprar? Se a resposta for positiva, acabou de se tornar uma obrigação e você cederá ao consumo. DEVER - eu devo comprar? Este verbo abre diversos questionamentos como: Eu posso? Eu preciso? Como eu vou pagar? Posso esperar? Diante de tamanhos questionamentos será mais fácil se livrar do impulso do consumo. F - Faça a separação das informações em forma "T", conforme tabela abaixo:
G - seguindo esses passos será importante também buscar alternativas e renegociar as dívidas. Diante desse cenário, se não for possível aumentar os ganhos e receitas, gastar menos será a solução. A Educação Financeira deverá ser praticada como um exercício diário para o aprendizado, fixação e qualidade de vida para construirmos um futuro melhor. Sucesso Sempre!!!
Texto: Emerson Santana.
*Graduado em Ciências Econômicas pela UFSJ – São João Del Rei/MG
* Especialista em Gestão em Finanças pela UFSJ- São João Del Rei/MG
* Consultor Administrativo e Financeiro
* Ministra Cursos de Orçamento Pessoal e Familiar
* Ministra Cursos de Gestão Financeira para MPE's in Company